ACESSIBILIDADE E NEURODIVERSIDADE NO PROCESSO ELEITORAL:

INICIATIVAS DO TRE-CE VOLTADAS A PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Autores

  • Paulo Victor Paula Loureiro Universidade Federal do Ceará (UFC); Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA); Secretaria da Educação do Governo do Estado do Ceará (SEDUC-CE)
  • Maria de Fátima de Melo Loureiro Universidade Estadual do Estado do Ceará (UECE); Tribunal de Justiça do Governo do Estado do Ceará (TJ-CE)
  • Francisco Monteiro Loureiro Neto Centro Universitário do Vale do Jaguaribe (FVJ); Secretaria da Educação do Governo do Estado do Ceará (SEDUC-CE)
  • Silvia Rochelle Soares Menezes Universidade Federal do Ceará (UFC)

DOI:

https://doi.org/10.53616/suffragium.v14i24.188

Palavras-chave:

Tecnologia Assistiva, Neurodiversidade, Acessibilidade, Autismo, Justiça Eleitoral

Resumo

Garantir a inclusão e a acessibilidade ao processo eleitoral é essencial para fortalecer os valores democráticos, sobretudo no que se refere à participação de pessoas neurodivergentes, como aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A Justiça Eleitoral, por meio de programas institucionais de acessibilidade, tem buscado assegurar o direito ao voto a todos os cidadãos, com destaque para as iniciativas desenvolvidas pelo TRE-CE em 2024. Este artigo analisa, sob a perspectiva da teoria crítica de Theodor W. Adorno, como tais ações, incluindo capacitações, uso de linguagem simples e produção de materiais acessíveis podem atuar como mediações emancipatórias. A pesquisa adota abordagem qualitativa, fundamentada na análise documental do Relatório de Acessibilidade e Inclusão 2024. Os resultados apontam avanços relevantes, mas também revelam desafios quanto à implementação de tecnologias assistivas voltadas às necessidades específicas do eleitorado autista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Victor Paula Loureiro, Universidade Federal do Ceará (UFC); Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA); Secretaria da Educação do Governo do Estado do Ceará (SEDUC-CE)

Eu sou Licenciado em Física (UFC), Especialista em Educação Especial Inclusiva (FALC), Mestre em Ensino de Física (UFERSA) e estudante do Doutorado em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE da Universidade Federal do Ceará (UFC). Sou um renomado professor, cientista e pesquisador brasileiro, que uni em seus projetos neurotecnologia, diversidade, equidade e inclusão com foco na superação das desigualdades sociais. Atualmente sou Professor Efetivo - Técnico da Coordenadoria de Educação em Direitos Humanos, Inclusão e Acessibilidade da SEDUC-CE, fundador da Startup BIOTECHTEA que desenvolve soluções em tecnologias assistivas para a neuroreabilitação e comunicação alternativa com interface cérebro-máquina, metaverso, robótica, rastreamento ocular e inteligência artificial, autor do Livro Tecnologias Educacionais e Autismo: Variáveis que interferem no processo de ensino e aprendizagem, ganhador de várias premiações, recentemente, recebi a Premiação Autismo 2024 por meus projetos terem alcançado papel fundamental na promoção da inclusão e do bem-estar da comunidade autista e o Prêmio Inovação Engenharia Biomédica para o SUS 2024 por meu projeto BLINKTALK que por meio de uma interface cérebro-máquina permiti a comunicação alternativa de estudantes com deficiência em escolas públicas e de pessoas com casos graves da Covid-19 em hospitais públicos que possuam alguma limitação ou impedimento da comunicação oral, utilizando suas ondas cerebrais para controlarem cursores e acionarem teclados virtuais com o piscar de olhos. Além disso, possuo na minha atuação como Assessor a implementação de políticas públicas, como, por exemplo, o Complexo Social Mais Infância que já beneficiou nesses dois anos de funcionamento mais 60.000 famílias. Dentre as minhas motivações está a incessante busca pela diminuição das desigualdades sociais por meio da inclusão digital. Isso tem me levado nesses últimos anos a desenvolver tecnologias assistivas, formações de capital humano e políticas públicas de inclusão digital com foco na promoção da autonomia de pessoas com deficiência e/ou neurodivergentes.

CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/6197403370402509

Referências

ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. Tradução de Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BAPTISTA, Claudio Renato; BOSA, Cleonice Alves. O autismo na infância: uma abordagem psicoeducacional. Porto Alegre: Artmed, 2002.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: [s.n.], 2017.

BOSA, Cleonice; CALLIAS, Maria. Autismo: breve revisão de diferentes abordagens. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 13, n. 1, p. 167–177, 2000.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 2016.

BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 28 dez. 2012.

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 7 jul. 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: MEC, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018.

BRASIL. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Tecnologia assistiva: catálogo de recursos e serviços. Brasília, DF: CORDE, 2009.

CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia, práticas educativas na escola e na família. 6. ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2015.

GALVÃO FILHO, T. Tecnologia assistiva: favorecendo o desenvolvimento e a aprendizagem em contextos educacionais inclusivos. In: GIROTO, C. R. M.; POKER, R. B.; OMOTE, S. (org.). As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Marília: Cultura Acadêmica, 2012. p. 65–92.

GALVÃO FILHO, Teófilo; HAZARD, Elias; REZENDE, Fernando. Tecnologias da informação e comunicação e educação inclusiva: recursos e possibilidades da tecnologia assistiva. In: MEC/SEESP. Tecnologias da informação e comunicação na educação especial. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. p. 25–35.

GALVÃO FILHO, Teófilo; DAMASCENO, Leila. A informática na educação especial: dos recursos às práticas pedagógicas. In: BRASIL. MEC/SEESP. Tecnologia assistiva: diferentes contextos, diferentes abordagens. Brasília: CORDE, 2002. p. 73–86.

GRINKER, Roy Richard. Autismo: um mundo obscuro e conturbado. Tradução de Catharina Pinheiro. São Paulo: Larousse do Brasil, 2010.

KANNER, Leo. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child, New York, v. 2, p. 217–250, 1943.

LEMOS, Silvana Marina; SALOMÃO, Nathalia Regina; AGRIPINO, Suely Macedo de. O Transtorno do Espectro Autista: um olhar sobre os aspectos históricos e as possibilidades de intervenção. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 27, n. 51, p. 601–614, 2014.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999.

LOUREIRO, Paulo Victor Paula; LOPES, Fátima Maria Nobre. A tecnologia assistiva como uma mediação emancipatória para pessoas autistas. In: LOPES, Fátima Maria Nobre et al. (org.). Temas de filosofia, ética e educação: diversas perspectivas. Curitiba: CRV, 2024. cap. XVI, p. 173–182. ISBN 978-65-251-7036-7. Disponível em: https://www.editoracrv.com.br/produtos/detalhes/39044-temas-de-filosofia-etica-e-educacaobrdiversas-perspectivas. Acesso em: 20 maio 2025.

NUNES, D. R. de P.; AZEVEDO, M. Q. O. de; SCHMIDT, C. Inclusão educacional de pessoas com Autismo no Brasil: uma revisão da literatura. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 26, n. 47, p. 557–572, 2013. DOI: https://doi.org/10.5902/1984686X10178

PAIVA JUNIOR, Fabiano de. Manual de inclusão: educação e direitos das pessoas com deficiência. São Paulo: Cortez, 2021.

ROPOLI, Edilene Aparecida et al. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: a escola comum inclusiva. Brasília, DF: Ministério da Educação; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 1.

SANTAROSA, Lucila Maria Costi. A informática na educação especial: um instrumento de integração e inclusão. In: MACHADO, Nídia. Informática na educação especial: discutindo teorias e práticas. Porto Alegre: Mediação, 1997. p. 19–38.

SILVA FILHO, Adauto Lopes da. A educação como esclarecimento: potencial crítico-emancipatório. Revista Cocar, Belém, v. 17, n. 35, p. 1–20, 2022. Disponível em: http://177.70.35.171/index.php/cocar/article/view/5648 . Acesso em: 12 ago. 2024.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ. Relatório de Acessibilidade e Inclusão 2024. Fortaleza: TRE-CE, 2024. Disponível em: https://www.tre-ce.jus.br/institucional/asg/acessibilidade/arquivos/relatorio-de-acessibilidade-e-inclusao-2024 . Acesso em: 18 maio 2025.

Downloads

Publicado

23.09.2025

Como Citar

Paula Loureiro, P. V., Loureiro, M. de F. de M., Loureiro Neto, F. M., & Menezes, S. R. S. (2025). ACESSIBILIDADE E NEURODIVERSIDADE NO PROCESSO ELEITORAL:: INICIATIVAS DO TRE-CE VOLTADAS A PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA. Suffragium - Revista Do Tribunal Regional Eleitoral Do Ceará, 14(24), 10–22. https://doi.org/10.53616/suffragium.v14i24.188

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.