Do “fascismo de mercado” ao fascismo sem máscaras
DOI:
https://doi.org/10.53616/suffragium.v11i19.115Palavras-chave:
fascismo, democracia mundial, monetarismo, política democráticaResumo
Na década de 1970 esfumaram-se os chamados “trinta anos gloriosos” e eclipsou-se o ‘milagre’ da revolução keynesiana. Aproveitando o desnorte do ‘inimigo’, os neoliberais, comandados por Friedrich Hayek e Milton Friedman, passaram ao ataque, colocando no banco dos réus o estado keynesiano e as políticas keynesianas, culpados de todos os males do mundo.
Na sequência de uma operação relâmpago de propaganda ideológica sem paralelo (“uma experiência muito corruptora”, confessou Hayek), o “ideological monetarism” afirmou-se como a ideologia do império e do pensamento único. As experiências corruptoras como a de Hayek multiplicaram-se ao longo dos anos, alimentadas pelos mesmos actores, ao serviço dos mesmos interesses. E mantêm-se até hoje, com o recurso às técnicas mais sofisticadas de manipulação ideológica e de corrupção intelectual, que transformaram o neoliberalismo numa espécie de ‘religião’, para cuja “única fé verdadeira” se diz que não há alternativa (o famoso argumento TINA da Srª Tatcher: There Is No Alternative).
Desta neutralidade da política económica passou-se, quase sem solução de continuidade, à defesa da morte da política económica, porque esta seria desnecessária e prejudicial. É o regresso ao velho mito liberal da separação estado/economia e estado/sociedade: a economia seria tarefa exclusiva dos privados (da sociedade civil, da sociedade económica), cabendo ao estado simplesmente garantir a liberdade individual, que proporcionaria igualdade de oportunidades para todos.
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